27 de agosto de 2009

Um Fenômeno Social



Um Fenômeno Social
A música não pode ser entendida de forma separada do contexto cultural, pois através das suas práticas cada cultura diferentemente manifestam seus estilos e abordagens daquilo que entende por música, e o que representa na sua sociedade.
Existe uma propensão maior em aceitar certos padrões musicais, como a música sacra, a forma teatral de concerto, o que chamamos de musica popular, em oposição à musica como arte, música folclórica, entre outras.
Esta aceitação maior de um determinado estilo musical, muitas vezes populariza tanto e massifica tanto que até grandes gênios da música foram aoedrejados pelos mais conservadores. É o caso de Tchaikovsky, que foi por muito tempo considerado um compositor menor por alguns dos seus compatriotas, porque algumas das suas melodias eram consideradas simplistas e populares.
Ao analisar um estilo ou tendência musical deve-se ter extremo cuidado, e conhecer no mínimo alguns dados importantes, como contexto cultural da obra e autor.
Quando falamos sobre a música de um determinado grupo social, região ou época, fazemos referência a uma música específica que pode agrupar elementos diferenciados, e esta diferença cria um elo entre o músico intérprete, autor e seu público que automaticamente é remetido a uma cultura ou época que ele percebe ao mesmo tempo que ouve.
Alguns musicólogos arriscam dizer que mesmo que você goste muito de uma determinada obra, não poderá nunca sentir ou vivenciá-la como os membros da cultura para qual foi destinada.

Para encerrar quero contar uma história que li, e que ilustra bem este problema cultural:
Um indígena toca uma melodia em sua flauta de bambú. O músico clássico terá muito trabalho para imitar fielmente a melodia exótica, mas quando ele consegue enfim determinar as alturas dos sons, ele está certo de ter reproduzido fielmente a peça de música indígena. Porém o indígena não está de acordo pois o músico clássico não prestou atenção suficiente ao timbre dos sons.
Os sons mudam completamente em razão da construção de um instrumento.
A maior diferença provém dos parâmetros culturais. O mais importante para o indígena era o timbre, enquanto que para o músico clássico a altura do som.
O importante em música não é o dado natural, não são os sons tais como são realizados, mas a intenção ao reproduzi-los .
O indígena e o Profissional ouvem o mesmo som, mas ele tem um valor totalmente diferente para cada um, porque as concepções derivam de dois sistemas musicais inteiramente diferentes. O som em música funciona como elemento de um sistema.
Várias são as
realizações, mas o essencial em
música é que a peça possa ser
reconhecida e apreciada.
Até a próxima.
Adriano Machado
contato@maestroadrianomachado.com

Um comentário:

Comissão de Arquitetura e Urbanismo Facisa disse...

"O importante em música não é o dado natural, não são os sons tais como são realizados, mas a intenção ao reproduzi-los." Parabéns pelo seu trabalho, Adriano!